Depoimento de Meida Martins sobre seu voluntariado em Israel

A lembrança de Israel ainda está muito fresca na minha memória. As ruas de Tel Aviv, super movimentadas, as praias e  a brisa do mar, o pôr do sol sobre o Mediterrâneo, a vista da Velha Jaffa (Jope) do terraço do antigo prédio aonde eu morava, a viagem  de trem até Jerusalém passando por vários túneis e a beleza inconfundível da cidade velha de Jerusalém com suas muralhas imponentes e construções históricas. Enfim, eu poderia descrever Israel de olhos fechados pois cada detalhe ainda é claro e vívido na minha mente.

Fui voluntária em Israel por 2 anos. Passei por momentos de tensão causados por mísseis que eram lançados de Gaza e chegaram a Tel Aviv, até a pandemia de COVID19, mas também desfrutei de dias de aventuras e calmaria. E tudo valeu à pena.

Fui para Israel com a idéia de me voluntariar durante um “gap year” (Ano Sabático). A princípio pensei que isso duraria apenas 6 meses, mas meus planos mudaram após o quarto mês. Os 3 primeiros meses são de adaptação à cultura, às diferenças, à comida,  ao povo, ao ambiente e ao trabalho voluntário em si. Porém depois do período de  adaptação é que você apaixona pela Terra e então,  começa a curtir de verdade. E isso foi o que eu fiz. Mal sabia que a paixão pelo país seria tanta que me faria renovar meu visto até completar o prazo máximo permitido, 2 anos.

 

O voluntariado em Israel

A organização com a qual me voluntariei tem três pousadas e eu fiquei na American Colony no sul de Tel Aviv, pertinho de Jope e das praias lindas do Mediterrâneo. Os voluntários exercem todas as funções, desde a limpeza e a arrumação dos quartos até a manutenção do prédio, no preparo das refeições, jardinagem e recepção. Como sou formada em Turismo com ênfase em Hospitalidade, já tinha uma boa prática em algumas funções e também pude usar meus conhecimentos para ajudar na melhoria de algumas áreas.

O trabalho era intenso, principalmente na alta temporada, porém  nada exagerado. A carga horária era praticamente de meio período  com 2 dias de folga por semana e mais 1 dia extra por mês, o que nos permitia viajar e conhecer Israel.

Voluntários de diversos países vivendo juntos em comunidade,  com idiomas e culturas diferentes, o que, às vezes, era um tanto quanto desafiador, mas também bem divertido.  As maiores lições que aprendi foram exatamente com essa convivência diária com pessoas tão singulares. Aprendi muito sobre o outro, mas principalmente sobre mim mesma. O autoconhecimento é um caminho necessário de se trilhar, mas pode também ser difícil e doloroso. Passei por momentos bons e também por situações complicadas, porém sou muito grata pois cresci muito nesse tempo que passei ali.

Israel deixou uma marca indelével na minha vida. Vivi experiências maravilhosas, aprendi muito, cresci, me desenvolvi e mudei muito como pessoa. Foi minha primeira viagem para o Oriente Médio e com certeza não será a última. Trouxe comigo uma bagagem enorme de experiência de vida e muitas aventuras que jamais esquecerei.

“Se eu me esquecer de ti, ó “Israel”, que a minha mão direita perca a sua habilidade.” Salmo 137:5

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