Via Crucis – Parte 2

 

No último artigo sobre a Via Crucis conhecemos os primeiros passos de Jesus após ser capturado no Getsemani pelos guardas do Sinédrio que souberam que ele lá estaria após o caguete de Judas.  Outro fator decisivo para que Jesus fosse capturado foi a sua opção de não fugir e aceitar seu destino, o sacrifício pessoal em prol do perdão coletivo, mundialmente conhecido como a Paixão de Cristo.

 

Contexto

No artigo anterior, visitamos o local do julgmento e da sentença de Poncius Pilatos, depois o flagelamento, o recebimento da cruz, e por fim, a 1ª queda do seu trajeto. Agora, veremos os próximos passos de Jesus até o seu destino final enquanto homem de carne e osso. Os próximos pontos marcam a contradição vivida por Jesus nas suas últimas horas como um humano comum, o sentimento de solidão durante a madrugada anterior enquanto orava no Getsemani… Após o banquete da última ceia (na época, celebração do Seder de Pessach – a Páscoa judaica), os apóstolos chegaram a dormir no jardim do Getsemani enquanto Jesus agonizava sabendo que seu destino final estava chegando. Já o que se passa nas próximas estações da Via Crucis ou Via Dolorosa, é bem diferente e é isso que nós vamos ver!

 

Via Sacra no Morro da Cruz celebra a Sexta Feira Santa | Prefeitura de Porto Alegre

 

4ª Estação – Jesus encontra Maria.

A 4ª estação está localizada muito perto da 3ª estação, estas duas estações assim como a próxima estação ficam no antigo Cardo Romano. O Cardo era a rua de maior destaque comercial da cidade, presente em inúmeras cidades antigas romanas. Como se fosse o shopping ou centro comercial mais bombado da sua cidade. Ali Jesus caminhou com a cruz em direção ao calvário!

O fato de Jesus passar por esta rua mostra que muita gente não só ficou sabendo do ocorrido, como presenciou a cena com seus próprios olhos. Além do que, podemos pensar que se os romanos não quisessem que as pessoas ficassem sabendo, não permitiriam que a cena fosse testemunhada por tanta gente, ou seja, era um evento, mais que isso, era um recado.

Aqui Jesus encontrou o olhar de angustia de Maria, após o julgamento e o recebimento da cruz e este é o marco da 4ª estação. Uma igreja armênia (“Igreja Armênia de Nossa Senhora do Espasmo”) está localizada atrás dos muros deste local. Conforme João 19, 26: “Quando Jesus viu sua mãe e perto dele o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis o teu filho!”.

Roman/Byzantine road near station 3

É interessante ver um pequeno trecho da rua entre a 3ª e a 4ª estação. Este pavimento provavelmente fazia parte do Cardo  que ligava o portão de Damasco (Shchem) ao portão de Ha-Ashpot no sul. Embora as pedras tenham sido pavimentadas centenas de anos depois, elas seguiram o mesmo percurso da rua romana que existia na época de Jesus. Eles podem ter feito parte da rua romana, então é concebível que Jesus pudesse ter andado sobre estas pedras.

5ª Estação – Simão ajuda Jesus a carregar a Cruz.

A 5ª estação está localizada na esquina do Cardo com a rua El-Wad. Nesta esquina a estrada faz uma curva acentuada para a direita, iniciando-se então a subida do morro por uma série de escadas. Nesta estação está localizada uma pequena igreja franciscana, dedicada a Simão, o Cireneu, que ajudou Jesus a carregar a cruz. Isto se baseia em Lucas 23, 26: “E, enquanto o levavam, prenderam um certo Simão, cireneu, que vinha de fora do país, e sobre ele depositaram a cruz, para que a carregasse depois de Jesus”.

Esta pequena capela é o primeiro local dos franciscanos em Jerusalém, de 1929.

 

 

 

 

 

 

Uma antiga pedra quadrada, localizada no lado direito da estrutura, possui uma cavidade que se diz ser a marca da mão de Jesus.

 

 

 

 

 

 

6ª Estação – Verônica enxuga o rosto de Jesus.

Stations of the Cross – Lo & Behold

Subindo a colina, encontramos a 6ª estação, uma alusão ao encontro entre Verônica e Jesus. O marco da estação é o momento em que ela enxugou o rosto de Jesus, representado muitas vezes pelo rosto de Jesus no lenço da mulher. Isto se baseia em Lucas 23, 27: “E seguia-o um grande grupo de gente, e de mulheres, que também o lamentavam e lamentavam”. Verónica vem das palavras latinas “Vera” e “ícone”, ou “imagem verdadeira”.

Uma pequena capela greco-católica está localizada nesta estação, chama-se “A Sagrada Face”. A igreja costuma estar fechada porém a lojinha das Irmãzinhas francesas de Jesus está sempre a disposição!

No antigo pilar de pedra, que muitas vezes passa batido da nossa vista, encontra-se uma inscrição com o nome da estação.

O interior da capela da Sagrada Face é uma pequena câmara em forma de caverna. Algumas velas acesas iluminam a escuridão. Em contradição com a rua movimentada lá fora, esta capela é um refúgio seguro de tranquilidade. Em um nível inferior, escondidos na escuridão total, estão as câmaras da cripta.

 

Foram 6 estações, faltam 8!

 

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Daniel Cohen Autor
Estudante de Guia de Turismo

Se mudou do Rio de Janeiro para a Terra Santa em 2019. Formado em Administração, área onde atuava profissionalmente no Brasil e com a mudança para Israel embarcou no Turismo devido seu grande interesse sobre Israel, Natureza, História e atualidades.

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