Tel Aviv a Capital do Veganismo x Propaganda, a alma do negócio

Tel Aviv a Capital do Veganismo: Um casal entra num mercado comum em Israel para comprar o jantar. Já que não satisfeitos com a carne congelada, foram ao açougue e pediram cordeiro fresco.

Assim sendo o açougueiro foi ao estoque e volta sorridente com um meigo cordeirinho vivo nas mãos.

“Vocês querem picado ou embrulhado? ”

Esta situação foi retratada num comercial recente da Organização Vegan Friendly de Israel. Segundo a Organização, 35% da população israelense assistiu ao vídeo. Uma pesquisa constatou que 150.000 israelenses disseram que o comercial os influenciou a deixar de comer carne ou reduzir o seu consumo. Diversos países mostraram o comercial:

 

Vegan Friendly e outras organizações se relacionam não apenas com as pessoas, mas também com diversos mercados. Por exemplo, seu Selo Vegano, garante aos consumidores a composição vegana em mais de 6500 produtos de Israel, além de 1500 restaurantes. Até a Adidas possui tênis com Selo do Vegan Friendly.

Omri Paz, um dos fundadores do Vegan Friendly em 2012 afirma que a instituição é referência, inclusive no Brasil.

“Somos (Israel) considerados o país mais vegano do mundo. ”, disse Paz a ISRAEL21c.

 

Dados atuais:

A Tel Aviv Global & Tourism, publicou antes do Dia Mundial do Veganismo desse ano (01/11/2020), que a cada dez residentes de Tel Aviv-Yafo, um é vegano ou vegetariano, ou seja, 45.000 de 450.000 residentes da cidade. A pesquisa também mostrou que 5% dos israelenses se dizem veganos, 4% vegetarianos e 8% semi-vegetarianos (comem peixe), ou seja, 17% da população do país.

Em 2014, Israel sediou o maior festival vegano do mundo, com patrocinadores famosos. A Domino’s Pizza por exemplo testou suas primeiras pizzas veganas (sem carne animal, ovo ou leite). Nesse sentido, também a Pizza Hut, McDonald’s, Burger King e quase todos os restaurantes em Israel oferecem opções verdes. Como resultado encontramos nos mercados muitas opções de produtos a granel ou congelados (hambúrgueres, almôndegas, shwarmas, “filés”, empanados, “picadinhos”), chocolates, manteigas, leites e biscoitos.

“Desde agosto de 2019 tivemos cerca de 50 novas empresas a cada mês que requisitaram e obtiveram a certificação de “veganos” ou 100% veganos’”, afirma Paz.

 

Por que em Israel e não outro lugar no mundo?

Não há apenas um motivo e sim uma combinação de fatores e eu não me arrisco a dizer qual tem o maior peso entre eles. Então existem aspectos econômicos pois Israel tem um custo de vida elevado e a carne animal é um dos produtos mais caros no mercado.

Além do fato de ser um país pequeno e fortemente conectado pelas redes sociais, o que possibilita o rápido fluxo de informação pela população.

O professor Richard Schwartz, Presidente da Sociedade Inter-religiosa de Vegetarianos Éticos e Religiosos, com sede em Israel, acredita que os valores judaicos são um fator importante para esse fenômeno israelense.

“Se supõe que somos uma luz para as nações. As dietas centradas em  animais violam e contradizem os mandamentos judaicos de preservar a saúde humana, preservar o bem estar dos animais, proteger o meio ambiente, conservar os recursos, ajudar a alimentar as pessoas que passam fome e buscar a paz”, disse Schwartz a ISRAEL21c

Ele é autor de livros como “Revolução Vegana: Salvando nosso Mundo, Revitalizando o Judaísmo”. Richard também disse que as pessoas estão mais conscientes sobre os males do consumo animal para a saúde e fome no mundo. Além de como tratamos os animais na Indústria da Carne, a participação nas mudanças climáticas e destruição do meio ambiente. Além do surgimento de pandemias como a atual, a gripe suína e a gripe aviária.

Tel Aviv a Capital do Veganismo – Reconhecimento Intenacional

Jessica Sandler, consultora de Pessoas pelo Tratamento Ético de Animais (PETA), disse a ISRAEL21c que:

“sempre há muito mais trabalho a fazer para prevenir o sofrimento animal, mas a mudança em Israel durante a última década foi assombrosa”.

Isto é, para Sandler, “não há dúvida de que Israel é um líder mundial no veganismo” pois “não apenas tem a número per capita mais alta de veganos do mundo, mas também umas das forças armadas que fornece comida, uniformes e botas veganas aos seus soldados”. O exército israelense é o exército mais verde do mundo já que com 1 a cada 18 soldados são veganos, segundo a Rádio do Exército. Da mesma forma, o Tenente General Aviv Kochavi também é o primeiro chefe de Estado Maior vegetariano das FDI.

A ativista diz que Israel está no segundo lugar, atrás da EEUU, com relação a carne e leite desenvolvidos em laboratório, e que o Governo possui uma assessora em questões de sanidade animal.

Essa ativista é Tal Gilboa, vegana, militante pelos direitos animais e celebridade de reality shows. Segundo Tal, ela não conhece outro governo que tenha criado uma posição como a dela:

“Realmente, não estou certa de que haja outro país em que seja tão fácil ser vegano como em Israel”, afirmou.

Igualmente, Gilboa promove projetos de leis contra a crueldade animal, caça e importações de peles, e estímulo à indústria de proteínas alternativas.

O Greenpeace também tem forte atuação em Israel. Mesmo que o país não enfrente os principais desafios ambientais, o Greenpeace entende que o país tem papel importante na conscientização e chama atenção dos israelenses para os problemas ao redor do planeta. Bem como as alarmantes queimadas no Pantanal e Amazônia ganharam as redes sociais israelenses.

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Daniel Cohen Autor
Estudante de Guia de Turismo

Se mudou do Rio de Janeiro para a Terra Santa em 2019. Formado em Administração, área onde atuava profissionalmente no Brasil e com a mudança para Israel embarcou no Turismo devido seu grande interesse sobre Israel, Natureza, História e atualidades.

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