O Cardo de Maria é um belo exemplo do valor que damos a história. É comum nomear ruas e cidades com figuras importantes de sua história portanto essa é uma forma que a humanidade encontrou de homenageá-los e contar seus feitos para que o futuro os conheça e sempre se lembre.

Assim como a maioria das cidades brasileiras, minha cidade natal, o Rio de Janeiro consagrou em muitas de suas principais ruas e avenidas, personagens importantes da nossa história. Não faltam exemplos: Av. Presidente Vargas, Avenida Castelo Branco, Avenida Marechal Rondon…

Israel não é muito diferente de nós, por aqui centenas de ruas chamadas Hertzl, Ben Gurion ou Jabotinsky são encontradas em quase todas as cidades israelenses.

Para além de nomear locais, também nomeamos plantas e outros elementos da natureza com personagens que marcaram este local. Portanto não faltam referências a Maria de Nazaré pela enorme importância histórica que tem para duas das três religiões que nasceram e/ou se desenvolveram por aqui.

 

Quem teve a honra?

 

O Cardo Santo, ou Cardo Leiteiro, ou Cardo de Nossa Senhora, ou Cardo Mariano são os nomes populares do Cardo de Maria. Original da Europa, se espalhou pelo Oriente Médio e Norte da África, hoje se encontra nas Américas, boa parte da Ásia e Oceania.

Nasce em áreas secas e com sol, faz parte da mesma família dos girassóis e margaridas. Suas folhas são largas com manchas que lembram veias brancas, possui espinhos e pode chegar a 3 metros e meio. Suas folhas servem como saladas e os frutos como café. As cabeças também podem ser comidas, na maioria das vezes são cozidas como as da alcachofra.

Reza a lenda que as veias branco-leitosas das folhas do Cardo de Maria originaram-se do leite da Virgem Maria que uma vez caiu sobre uma planta do cardo e a transformou para sempre.

A planta absorveu os poderes milagrosos de Maria, assim usada contra um problema que hoje não nos assusta tanto quanto os antigos, a picada de serpentes.

Há relatos do uso e suas curas em diversos momentos da história.

 

O Cardo de Maria e seus feitos

 

O naturalista romano Plínio, o Velho (23-79 DC), descreveu sobre o suco da planta e suas virtudes de “carregar a bile”, que em sua época se referia a qualquer fluido interno.

 

Dioscórides, médico do exército romano, usava as sementes do cardo como remédio para mordidas de cobras e como remédio para crianças que têm tendões unidos.

Culpepper, o famoso médico inglês usou o nome Cardo de Nossa Senhora em vez de Cardo Leiteiro em suas anotações. Ele recomendou seu uso no tratamento de doenças que afetam o fígado, baço, os rins em provocar o fluxo de urina, para quebrar e expelir cálculos, útil contra a hidropisia e o considerou tão eficaz quanto o Cardo Sagrado, para as dores e a abertura de obstruções no fígado, além de purificar o sangue.

 

Ele escreve: “Limpa o sangue excessivamente: e na primavera, se você ferver a planta tenra (mas cortar os espinhos, a menos que você tenha a intenção de sufocar-se), ela mudará seu sangue conforme a estação muda, e esse é a maneira de estar seguro”.

 

As sementes eram usadas pelos saxões para curar a doença de um homem que foi mordido por um animal raivoso conhecido hoje como hidrofobia.

Diz-se que o cardo leiteiro é criador de leite e de ajuda às mães que amamentam.

 

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https://israelemcasa.com.br/o-que-e-a-alfarroba/

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Daniel Cohen Autor
Estudante de Guia de Turismo

Se mudou do Rio de Janeiro para a Terra Santa em 2019. Formado em Administração, área onde atuava profissionalmente no Brasil e com a mudança para Israel embarcou no Turismo devido seu grande interesse sobre Israel, Natureza, História e atualidades.

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