“Davi realmente está enterrado no seu Túmulo? Jesus realmente foi crucificado e sepultado no Santo Sepulcro? Ou o Jardim do Túmulo seria o local correto? O Cenáculo é o lugar da última ceia de Jesus e do Pentecostes?” Semelhantemente outras perguntas são feitas por aqueles que visitam ou buscam aprender com Israel. Com o propósito de conhecer mais sobre a Arqueologia Bíblica, estas curiosidades se tornam inevitáveis. Entretanto, não há uma resposta exata para muitas destas perguntas, muitas vezes existem hipóteses. Em resumo, alguns destes locais são apenas memoriais, estabelecidos para a lembrança de importantes eventos.
Por exemplo, o Jardim do Túmulo.
É muito comum ouvirmos em Israel a expressão “segundo a tradição”. O que isto realmente significa? Que não há como provar a exatidão do local. Contudo, em um determinado momento da história ele foi adotado como o mais provável. Ou, de certa forma, como aquele que simboliza um evento. Antes de mais nada, a Arqueologia Bíblica tem contribuído para compreendermos estas questões. Se existem provas suficientes para comprova-lo ou se há possibilidades para o considerar. Em alguns casos, revelam como a tradição passou a considerar aquele lugar como um local de lembrança.
Um dos últimos achados da Arqueologia Bíblica em Israel mostram bem esta complexidade e diversidade de histórias, motivações e sucessões de fatos que contribuíram para construir a Terra Santa.
A descoberta
Uma antiga igreja do século IV foi descoberta próximo as cachoeiras da Reserva Natural de Banias no norte de Israel, na região do monte Hermon, nas colinas de Golã. Segundo a tradição seria neste local que ocorreu a famosa declaração de Jesus à Pedro, após ele dizer que Jesus era o Messias.
“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mateus 16:18
Mas foi exatamente ali?
Talvez alguns estejam perguntando isto.
Vamos aprender com o que esta descoberta tem a nos contar!
O local que hoje é um sítio arqueológico, habitou na época do Império Romano a cidade de Cesareia de Filipe. Região aonde Jesus perguntou à Pedro quem diziam ser ele. Também lhe entregou as chaves do Reino. Banias possui uma beleza exuberante e é uma das nascentes do Rio Jordão. A igreja ali encontrada é da época bizantina. Ela foi atingida por um terremoto e reformada no século VII. Com a escavação, restos de um piso de mosaico com pequenas cruzes foram expostos.
Um ponto de peregrinação
A igreja se tornou um centro de peregrinação durante alguns séculos. Durante as escavações encontraram uma pedra trabalhada com marcas de cruz gravadas. Ela servia como uma espécie de mural para registro dos visitantes. Porém, outros peregrinos já passaram por ali. O local nem sempre foi uma igreja. Pelo contrário, habitou um centro de paganismo dedicado ao deus Pan. Daí a origem de Banias ou Panias que é o nome helenizado da cidade, em homenagem ao deus grego dos pastores e rebanhos.
As escavações feitas pela Divisão de Arqueologia da Autoridade de Parques e Natureza em parceria com a Universidade de Haifa descobriram alguns objetos importantes. Um exemplo, um altar com uma dedicatória inscrita ao deus Pan. A igreja foi uma adaptação que construtores cristãos fizeram ao templo pagão que existia no centro deste complexo religioso.
Em conclusão, realmente não foi sobre esta “pedra” que Jesus falou à Pedro. Entretanto, são sobre estas pedras que a história está sendo escrita.
Conheça mais Israel e a sua história!
Mora em Jerusalém, aonde tem vivido uma experiência incrível de fazer seu mestrado em Arqueologia. Casado com Potira e pai do João Pedro, Benjamin e Eloah.
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